Adoro quando recebo comentários no blog. Afinal, ele existe para estimular debates, trocar opiniões, em embora eu ande precisando de colaboradores, as coisas estão caminhando.
Enfim, já que viverei em Campos, quem sabe esse não se torna um veículo para ajudar a tornar os ares desta planície mais “arejados”.
Recebi ontem no blog o seguinte comentário ao post : “Pastor Presbiteriano dos EUA contesta leituras simplistas da homossexualidade no texto bíblico”
Tudo bem que, pelo que pude entender, Carlos não leu, ou ao menos não se preocupou em rebater os argumentos do Pastor mencionado na postagem.
Ah, sim, o que eu respondi ao Carlos?
Obrigado pelo comentário “cristão”... Não tenho dúvida de que esse espírito de humildade, de tolerância, de respeito ao próximo e a opinião alheia deve ser o que você bem aprendeu na Igreja que freqüenta, ou deve freqüentar.
Sabe, eu tive uma professora de religião, no Liceu, D. Vilma, que pensava exatamente como você, ela dizia que gays deveriam se suicidar. Um conselho realmente muito cristão.
Muitos gays também não gostam quando neste blog eu faço comentários sobre religião, preferem tratar esse assunto como algo desimportante, algo a ser desprezado, por certo, em retorno ao todo desprezo que recebem das mais diversas demonizações, ops, digo, denominações religiosas.
Mas ainda assim eu considero importante, não que eu me considere evangélico, ou católico – embora tenha me formado religiosamente no catolicismo, chegando a dar aulas de catolicismo.
Por muito tempo tentei lutar contra o que eu sentia, até mesmo de formas agressivas, sabe. Quando eu me sentia excitado eu rezava, e se não desse certo segurava o pênis estrangulando-o até a excitação parar.
Mas tanta coisa aconteceu em minha vida, e o tempo vai mudando nossas convicções. Perdi minha família e por muito tempo achei que “Deus” – se é que existia – tinha se esquecido de mim. Nesse momento me permiti a viver, namorei, praticamente casei, conheci muita gente legal, honesta, digna, generosa, humilde, levando à sério à máxima de que “consideramos justa toda forma de amor”.
Por outro lado, passei a achar que o ateísmo não era resposta para nada. Não que eu busque em “Deus” respostas, mas ele me ajuda a pensar que não sou assim tão dono do meu destino e que preciso ter humildade diante do mundo e do próximo que, nada mais são senão expressões desse “Deus” cuja vontade nunca nos é plenamente revelada.
Não levo muita fé nas religiões. Religiões, instituições humanas que são, movem-se por paixões e desejos tão humanos quanto seus integrantes. Embora considere que religiões conduzidas com responsabioidade possam levar o ser humano desenvolvimento sadio da espiritualidade. Embora isto se torne cada vez raro.
O que prevalece não é a interioração, a reflexão, mas o show midiático, a busca de sensações... nesse ponto não há muita diferença entre diversos cultos e jogos de futebol, por exemplo.
Mas, ainda assim, acredito na religiosidade, na relação com o transcendente, com aquilo que a razão a ciência não irão nos responder, e essencialmente na aceitação da finitude da vida.
Você menciona que este pastor é apenas um em um milhão. Mas será que argumento “numérico” conta? Quando Cristo foi crucificado, quantos no meio da multidão discordaram? Aliás, não será o próprio cristo alguém que ousou discordar da multidão?
Sabe, eu tive uma professora de religião, no Liceu, D. Vilma, que pensava exatamente como você, ela dizia que gays deveriam se suicidar. Um conselho realmente muito cristão.
Muitos gays também não gostam quando neste blog eu faço comentários sobre religião, preferem tratar esse assunto como algo desimportante, algo a ser desprezado, por certo, em retorno ao todo desprezo que recebem das mais diversas demonizações, ops, digo, denominações religiosas.
Mas ainda assim eu considero importante, não que eu me considere evangélico, ou católico – embora tenha me formado religiosamente no catolicismo, chegando a dar aulas de catolicismo.
Por muito tempo tentei lutar contra o que eu sentia, até mesmo de formas agressivas, sabe. Quando eu me sentia excitado eu rezava, e se não desse certo segurava o pênis estrangulando-o até a excitação parar.
Mas tanta coisa aconteceu em minha vida, e o tempo vai mudando nossas convicções. Perdi minha família e por muito tempo achei que “Deus” – se é que existia – tinha se esquecido de mim. Nesse momento me permiti a viver, namorei, praticamente casei, conheci muita gente legal, honesta, digna, generosa, humilde, levando à sério à máxima de que “consideramos justa toda forma de amor”.
Por outro lado, passei a achar que o ateísmo não era resposta para nada. Não que eu busque em “Deus” respostas, mas ele me ajuda a pensar que não sou assim tão dono do meu destino e que preciso ter humildade diante do mundo e do próximo que, nada mais são senão expressões desse “Deus” cuja vontade nunca nos é plenamente revelada.
Não levo muita fé nas religiões. Religiões, instituições humanas que são, movem-se por paixões e desejos tão humanos quanto seus integrantes. Embora considere que religiões conduzidas com responsabioidade possam levar o ser humano desenvolvimento sadio da espiritualidade. Embora isto se torne cada vez raro.
O que prevalece não é a interioração, a reflexão, mas o show midiático, a busca de sensações... nesse ponto não há muita diferença entre diversos cultos e jogos de futebol, por exemplo.
Mas, ainda assim, acredito na religiosidade, na relação com o transcendente, com aquilo que a razão a ciência não irão nos responder, e essencialmente na aceitação da finitude da vida.
Você menciona que este pastor é apenas um em um milhão. Mas será que argumento “numérico” conta? Quando Cristo foi crucificado, quantos no meio da multidão discordaram? Aliás, não será o próprio cristo alguém que ousou discordar da multidão?
Por outro lado, o pastor que citei não é exatamente “um em um milhão”. A Igreja anglicana chega a ordenar sacerdotes gays, e a presbiteriana caminha á passos largos em direção a um direção a um discurso inclusivo. Isto, apenas no âmbito das religiões cristãs, se buscarmos junto ás religiões orientais, tais como o budismos, são muitos os exemplos de não condenação da homossexualidade.
Note, as religiões não condenam a homossexualidade, isto não significa que não condenem o abuso sexual, a promiscuidade, a idolatria do corpo, a violência e etc.
Aliás, não bastasse a existência de comportamentos, e mesmo de “famílias” homossexuais na natureza, a própria ciência reconhece que longe de ser parte das vontades das escolhas do sujeito, as inclinações homossexuais são fruto de respostas biológicas, em que o corpo, a mente, os hormônios, inclinam o sujeito para parceiros do mesmo sexo.
Não é determinismo biológico, são inclinações, o desenvolvimento disso vai depender do contrapeso que fatores sociais ou culturais possam fazer aos fatores biológicos.
Mas uma coisa é certa, homossexualidade não é voluntária, não é uma escolha, não é uma opção, não é “safadeza”... Ou como hoje diria a Lady Gaga, “God do no mistakes/ I’m the right track baby/ I was Born this way”.
Não reivindico aqui que as igrejas, sejam elas quais forem passem a aceitar gays.
Apenas aponto para o fato de que, enquanto algumas discriminam, outras avançam. É claro que este processo não é fácil, como podem as igrejas, que afirmam ser porta-vozes da vontade de Deus, reconhecer que erraram? Admitir que erraram significa admitir que não foram “porta-vozes” de Deus, e isto lhes tiraria um status que não querem perder.
Então é mais fácil fechar os olhos para a realidade. É mais fácil negar que a homossexualidade seja algo que existe na natureza,. Aliás, esta natureza, obra tão sábia e diversa, tem na diversidade sua principal fonte de sobrevivência e transformação.
As igrejas, instituições humanas que são, podem continuar a interpretar como quiserem, fazendo das palavras aquilo que melhor lhes aprouver.
Aliás, na história sempre foi assim. A religião, o cristianismo, seus dogmas foram usados para justificar todo tipo de opressão. Justificaram a escravidão, a opressão dos monarcas absolutistas, a opressão contra a mulher... enfim... e levou tempo para que a as Igrejas reconsiderassem suas palavras.
Minha esperança é a de que, para além das palavras, possamos viver o espírito; de
solidariedade, de compreensão, de respeito à diferença e de humildade, que é condição, sina qua non, para todos os demais.
Bem, acrescentando à resposta:
De fato, a relação que as pessoas estabelecem com suas religiões e com o próprio sentimento religioso, é evidentemente confusa, mormente quando o discurso teológico dominante lança mão, de forma recorrente, de dicotomias entre o corpo e alma, entre a razão a e a emoção, acreditando que nós, humanos que somos, temos que fazer escolhas entre estes extremos.
Tive D. Vilma que no Liceu dizia para nos suicidarmos – confesso que em alguns momentos esta me pareceu ser uma “solução viável”. Mas também já pude ver as coisas com outros olhos.
Noutra oportunidade, aqui em Campos, recentemente, assisti uma missa em que o Padre, um monsenhor, já bastante experiente, dizia o seguinte:
“As pessoas vem no confessionário me dizer que pecaram contra a carne. Aí eu pergunto, como assim meu filho? Aí elas vem descrevendo: “mão nisso, mão naquilo, boca não sei onde…” E eu digo, pára!
Meu filho, você trata bem seus pais? Trata bem seus irmãos? Trata bem o porteiro do seu prédio? Aí ele responde: “Sim Padre, eu trato”. Aí eu respondo: Então nao se preocupe, Deus tem mais o que fazer!
Ao final, esse velho padre, que com essas palavras ganhou minha enorme simpatia, disse:
“Ora, se entre os dons que recebemos de Deus, está o corpo que possúímos, o uso que dele fizermos, que não nos agrida, que não agrida nem prejudique ao próximo, não é pecado”.
Ok, eu sei que este discurso está longe de ser o predominante em que qualquer religão cristã, e por outro lado, estou certo que somente um padre com longa experiência teria a coragem de colocar as coisas em tais termos. Mas também tenho certeza que este não é um pensamento isolado. Então mesmo sabendo que esta é uma opnião “minoritária”, acredito que ela é melhoriatária. É mais cristã, mais justa, mais inclusiva.
Aliás, vocês já repararam que é mais fácil encontrar padres mais velhos e experientes com opniões mais liberais e menos preconceituosas, do que padres novos com o mesmo discurso? Será o receio de se imiscuir em polêmicas, ou será que esta é uma geração mais conservadora e recalcada?
Bem amigos, por enquanto é isso.
Um grande abraço,
As conotoções às minhas palavras foram muitas...
ResponderExcluirInfelizmente a sua vida não foi das melhores, creio que os conselhos recebido também não.
Convivo com vários homossexuais segundo eles mesmos falam restaurados, que hojem vivem a Bíblia como regra de fé, e sabem que não há interpretação que isente a sodomia de pecado.
Se você acha que esta no caminho certo, tudo bem a vida é sua, mas não tente colocar o Homossexualismo com algo natural diante da Bíblia, Deus ama a todos mas sua palavra é soberana.
Se você esta em paz, continue no seu caminhar, se não, saiba que há um caminho a seguir, e você sabe onde encontrar, que o Deus da Paz te abençoe. Quanto a comentários de padre,te aconselho a ter a Bíblia como seu sustentar, será mais proveitoso.
Mr Gayrrisson, como você não me ligo em religiões e pensamentos como o do Carlos, se é que se chama mesmo Carlos me afastam cada vez mais da idéia que vez ou outra me passam pela cabeça de buscar uma. Parabéns pelo seu texto.
ResponderExcluirToda religião busca controlar massas com pensamentos simplistas e medíocres, estimulando a ignorância para facilitar a manipulação desses indivíduos, que antes de raciocinar sobre algum tema já trás de sua igreja resposta pronta pra tudo, ao invés de viver e conviver optam por acreditar no q seu líder religioso prega. Assim nasce todo conflito do oriente médio e toda intolerância do ocidente. Convido os meus amigos protestantes a pensarem por eles mesmos, e tenham consciência que os textos bíblico foram manipulados e influenciados desde sua origem, a bíblia não caiu do céu e sim foi escrita por homens.
ResponderExcluirUma coisa é clara, se você é Cristão, a Bíblia é a sua fonte, e no caso Homossexualismo é pecado.
ResponderExcluirSe você é do islã, o alcorão será a tua base, este também condena o homossexualismo.
O fato é: todos somos livre para fazer o que queremos, agora não entendo esta preocupação para dizer que a Bíblia aceita homossexualismo, isto é absurdo, como leitor da mesma, e pesquisador, posso afirmar que homossexualismo diante da Bíblia e Alcorão é pecado sim.
Agora, não seria esta luta, para acalmar uma consciência turbulenta?E se livrar da culpa que aflige estes?
Prezado Dayvison,
ResponderExcluirHá em sua comparação entre a Bíblia e o Alcorão um argumento, bem interessante, pois de fato, há grupos religiosos defendendo radicalismo, fundamentalismos em ambos textos religiosos.
Aliás, esse argumento de "o texto é claro", por si só, é fundamentalista, principalmente quando nem se dá ao trabalho de ver o que está sendo discutido e já vem com suas conclusões prontas.
Afinal Deyvisson, com qual dos argumentos apresentados pelo Reverendo Steve Brown, pastor emérito da Igreja Presbiteriana você discorda?
Caso não tenha lido o texto dele está aqui:
http://camposdosgaytacazes.blogspot.com/2011/02/pastor-prebisteriano-dos-eua-constesta.html
Se ler, antes de argumentar, for algo que te canse muito você pode ver um documentários de teólogos sobre a questão da homossexaulidade na bília. Tenho trechos desse documentário aqui no blog
http://camposdosgaytacazes.blogspot.com/2010/09/aos-que-na-terra-se-acham.html
Se quiser debater, se dê ao menos ao trabalho de ouvir os argumentos, se você só consegue olhar para suas próprias convicções... Sorry, It´s Fundamentalism, baby... E nestes termos nenhum debate é possível.
Vocês deveriam escrever uma "bíblia", ficaria melhor, não estou aqui para debater, vocês deveriam saber que Bíblia é verdade única, segundo consta na mesma, é a Palavra de Deus.
ResponderExcluirA palavra de Deus é clara, só tem que ser interpretada para que consciências não sejam devoradas.
Fico impressionado com a capacidade desse fundamentalistas de evitar argumentos que contestem o texto, o argumento que rebate o texto inteiro é sempre o mesmo: a "Bíblia é verdade única" e "é a Palavra de Deus". Por favor, se querem discussão, no minímo escrevam melhor... Ah o mais legal é que quase sempre eles caem fora: "não quero mais discussão. A bíblia é fé."
ResponderExcluirque bíblia o que, quero ser feliz, queridinhas. HAHAHA
ResponderExcluirBem venho como teólogo esclarecer alguns pontos controvérsia levantados aqui.
ResponderExcluirNão e Segredo dizer que a bíblia nunca condenou homossexualidade, pois infelizmente tivemos homens traduzindo as escrituras e alocando palavras que nunca traduzem o verbo de DEUS que nunca exclui ninguém. Veja a Bíblia nova tradução Jerusalém hoje e a mais confiável no aspecto etimológico das palavras.
A palavra sodomia nunca existiu com a conotação homossexualidade o erro da cidade de Sodoma Foi a falta de hospitalidade com os estrangeiros e a bíblia condena o sexo violento seja com homem ou com mulher.
O problema em nosso pais são falsos protestantes que deveriam buscar o verdadeiro siguinificado da palavra de Deus pelo Espirito Santo e não pela cabeça de homens maL instruiria. Busque a verdade e ela os libertara.