O garoto
e seu cu em flor
adorno de um deus
deslumbrando o caos
Roberto Piva
Morreu no último sábado, aos 72 anos de idade, o grande nome da poesia homoerótica brasileira, Roberto Piva.
Autor de Paranóia, (1963), Piazzas(1964), Abra os olhos e diga ah!(1975), Coxas (1979), 20 Poemas com Brócoli (1981), Antologia Poética (1985), Ciclones (1997- este eu tenho e li é ótimo), Um Estrangeiro na Legião: obras reunidas, volume 1, (2005), Mala na Mão & Asas Pretas: obras reunidas, volume 2, (2006) e Estranhos Sinais de Saturno: obras reunidas, volume 3, (2008). Sua poesia transitava entre os temas do surrealismo, do xamanismo e do beat e sempre se orgulhou de ser um marginal, em oposição ao intelectualismo e academicismo da literatura.
Quando morre alguém assim, sempre penso que quem perde somos nós, o mundo se torna menos inteligente e mais convencional.
Esta sua poesia, bem serve como uma bela mensagem de despedida:
Não mais trarei justificações
Aos olhos do mundo.
Serei incluído
” Pormenor Esboçado ”
Na grande bruma.
Não serei batizado,
Não serei crismado,
Não estarei doutorado,
Não serei domesticado
Pelos rebanhos
Da terra.
Morrerei inocente
Sem nunca ter
Descoberto
O que há de bem e mal
De falso ou certo
No que vi.
(in: Antologia dos Novíssimos, 1961)
Não conhecia, mas se é poeta, há de se lamentar sua morte. Quanto ao que você comentou lá no Tanta Coisa! tem toda a razão. Um bom exemplo desta teologia inclusiva é o site www.diversidadecatolica.com.br Bj
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